quinta-feira, 19 de abril de 2007

MASSACRE DE ELDORADO

11 ANOS DEPOIS

Dos 155 policiais envolvidos no caso, não há nenhum preso. Os comandantes do massacre, coronel Pantoja e major Oliveira, condenados a 228 e 154 anos de prisão, respectivamente, respondem ao processo em liberdade...
Faz 11 anos que a chacina de 19 trabalhadores rurais sem terra, no lugar conhecido com "Curva do S", na PA-150, arrancou do anonimato a cidade de Eldorado do Carajás, no sudeste do Pará. A marcha dos sem-terra foi interrompida por tropas da PM.
Os laudos médicos nos corpos dos que tombaram deixa claro: houve execução à queima roupa. Tiros foram disparados à curta distancia em nucas e peitos. Os PMs usaram as próprias ferramentas dos sem-terra na mutilação dos corpos dos militantes. Ao longo da história a execução de dirigentes sindicais, militantes e apoiadores da Reforma Agrária, meio ambiente e direitos humanos se sucederam como fruto da penetração do capital na Amazônia. O "tresoitão" e afins foi o caminho para se aplacar as diferenças, onde o Estado fez par com o capital nacional e internacional.
Além dos 19 mortos na chacina, 75 foram feridos gravemente. Alguns até hoje possuem balas alojadas no corpo. O grupo peleja na Justiça por reparação. O prazo limite para pagamento de indenização aos sobreviventes é o mês de julho. Mas, tudo depende da burocracia do Estado. Dos que entraram com processo contra o Estado do Pará, somente 20 recebem pensão de um salário mínimo, que julgam insuficiente para a manutenção de suas vidas com dignidade.
MemóriaÉ o Pará uma terra sem lei? Em 33 anos, 772 pessoas foram mortas no Pará em decorrência de conflitos no campo. 567 permanecem sem apuração, o que indica uma impunidade de 73%. O Judiciário tem sido ágil em expedir liminares de reintegração de posse, mas não em apurar as execuções dos que se opõem ao latifúndio.

(resumo do texto do jornalista
Rogério Almeida colaborador
da rede www.forumcarajas.org.br).

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