segunda-feira, 7 de maio de 2007

Tensão no Pará: famílias querem punição aos assassinos de Sem Terra.

Na última sexta-feira, dia 4, centenas de famílias Sem Terra do estado do Pará bloquearam os dois sentidos da estrada PA 150 entre Eldorado do Carajás Parauapebas e Eldorado do Carajás a Xinguara. O objetivo era denunciar a ação de pistolagem no campo paraense e externar para a sociedade paraense o clima de tensão e violência que assola os trabalhadores do campo.Os fazendeiros da região estão contratando milícias armadas para agirem contra os trabalhadores que vivem nos acampamentos em busca de acesso à terra e à melhores condições de vida.
No dia 2 de maio, a ação truculenta de 20 pistoleiros na Fazenda São Felipe, município de Irituia, resultou no assassinato do trabalhador rural, Antônio Santos do Carmo, 60 anos, e em mais seis trabalhadores gravemente feridos. O acampamento formado por 320 famílias do MST foi invadido por um grileiro conhecido como Zé Anísio, que comandou o grupo de 50 pistoleiros, integrado por soldados da Polícia Militar da cidade.
A área de 12 mil hectares, localizada a 140 quilômetros de Belém, foi ocupada pelos Sem Terra em janeiro e, desde então, os trabalhadores rurais recebem ameaças de jagunços, policiais militares e do grileiro da fazenda.Os trabalhadores rurais Sem Terra vivem em constante tensão no campo diante da falta de uma política séria que permita acesso à terra para as famílias de pequenos agricultores.
Para o MST a solução dos conflitos do campo tem nome: Reforma Agrária, que só será possível com uma efetiva e responsável ação do Estado, que até o momento tem se esquivado do debate e sendo inoperante no combate a pistolagem dos fazendeiros. Além disso, a morosidade da Justiça em condenar os culpados pelos assassinos de outros trabalhadores Sem Terra – como o caso de Eldorado de Carajás que completou 11 anos sem solução em abril desse ano – contribui ainda mais para aumentar o sentimento de impunidade dos assassinos de trabalhadores.
Em nota Coordenação estadual do MST/PA informou que as famílias permanecerão acampadas e vigilantes, realizando novas ações para exigir a desapropriação e assentamento dessas famílias acampadas; uma ação efetiva de combate a pistolagem dos fazendeiros; e a apuração dos assassinatos dos trabalhadores do campo, destacando caso emblemático do assassinato do Fusquinha e Doutor, ocorrido durante ação de despejo arbitrário no município de Parauapebas em 1998.
07/05/2007
Fonte: http://www.mst.org.br/mst/pagina.php?cd=3485

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