quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Brasília em flores.

“Então vamos lá: Ana, Rita, Joana, Iracema, Carolina”.

Nos dias 21 e 22 de agosto de 2007, a capital federal recebeu mais de 50.000 mulheres vindas de todos os cantos do País..
Era a marcha das margaridas, chamada assim para homenagear Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (PB), e fundadora do Centro de educação e Cultura do Trabalhador Rural, que no dia 12 de agosto de 1983, foi brutalmente assassinada por pistoleiros a mando de usineiros e latifundiários da região.
“Prefiro morrer na luta a morrer de fome” disse Margarida Alves em uma reunião do STTR, de sua cidade antes de ser covardemente assassinada na frente de seu marido e filhos.
Está foi a terceira marcha, que acontece desde 2001.
Este ano uma das principais bandeiras foi a luta pelo fim da violência doméstica.
Um grande grupo de margaridas estava participando pela primeira vez da marcha, o que mostra uma grande aceitação pela causa.
Segundo a “margarida” Rosemeri da Luz, 36 anos, funcionaria da FETAGRI-Pará, que é da comunidade de Cachoeira do Arari, região do Marajó e que estava indo a sua primeira marcha “os debates foram muito bons. Espero que daqui pra frente seja muito melhor”. Rosa, como é mais conhecida, disse que as mulheres trabalhadoras rurais passam por muitas dificuldades e que a maior é “ é o trabalho na agricultura pra ganhar o dinheiro e vender e transportar os produtos devido ao preço que o mercado paga”.
Um dos destaques desta marcha foi a participação de muitos homens, que são chamados de cravos, e que ativamente participaram da manifestação.
O agricultor José Hipólito da região do baixo amazonas disse que “participar da marcha foi uma experiência nova e gratificante, pois a luta não é só das mulheres, mas também dos homens”.

“pra mudar a sociedade do jeito que a gente quer, participando sem medo de ser mulher”.

Outra característica marcante desta marcha foi a participação de jovens mulheres. Uma delas, Patrícia Ferreira da silva, de 21 anos, vinda de Santarém no Pará e participando de sua primeira marcha disse que a “experiência foi muito gratificante, pois conheci outras pessoas e seus trabalhos. Além de que pude buscar forças com outras companheiras para continuar acreditando acreditar nos nossos ideais e na nossa luta como trabalhadoras rurais.”.
Patrícia disse também que “a participação dos homens é fundamental porque mostra que os homens estão mudando, pois hoje as mulheres estão saindo para a rua e os homens não estão incomodados de ficar em casa cuidado dos filhos e do lar. Eles estão do nosso lado para dar uma força maior.”.

“a melhor maneira de caminhar é de mãos dadas”

Marquinho Mota
Assessor de comunicação do GTA-BAM